A Páscoa
A Páscoa, tal como a celebra a Igreja Católica, mostra muito simbolismo arcaico.
O mês hebraico de NISAN tem sempre o seu começo na conjunção da Lua com o Sol no signo do Carneiro. Ora, o Sol, no signo fogoso do Carneiro, está no máximo da sua exaltação. O seu poder espiritual é enorme. É o maior que se pode imaginar.
É um resto do antigo culto do fogo. De Jesus se dizia que tinha uma língua pior que um açoite e um olhar de fogo. O Sol físico é, por assim dizer, o corpo de um Grande Ser Espiritual que conhecemos pelo nome de CRISTO CÓSMICO, ou ESPÍRITO DO SOL, ou ainda SOL ESPIRITUAL.
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Estando no signo do Carneiro, um signo de fogo, o Sol torna-se mais poderoso no sentido espiritual e criador, motivo por que toda a natureza se desdobra em vitalidade nas suas variadíssimas formas. Na Terra, por toda a parte se manifesta a maior alegria — apenas no hemisfério onde vivemos, porque no Sul tudo se passa ao contrário! Aqui, as árvores cobrem-se de flores, de folhas e de frutos; todo o reino vegetal se reanima e floresce para dar novos frutos; as aves movem-se mais activamente e preparam-se, como todos os outros animais, para perpetuarem as suas espécies. No hemisfério Sul as aves emudecem, os vegetais não se mostram pletóricos de vitalidade, as folhas amarelecem e caem; a natureza empalidece; os dias tornam-se cada vez mais pequenos e as noites maiores e frias. Tudo, enfim, se passa de modo bem diferente, e até mesmo oposto ao que vemos no hemisfério Norte.
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As amêndoas também recordam a grande abundância de ovos dos pássaros nesta época de ressurreição da vida.
A Igreja Católica comemora, por esta ocasião, morte e ressurreição de Jesus. E fá-lo na sua altura devida, pois o Messias foi morto em Jerusalém quando ia tomar parte na festa da Páscoa, mas realmente antes dela. É uma festividade que vem na altura própria, pois a ressurreição do Redentor ocorreu na quadra do ano em que o poder criador do CRISTO CÓSMICO se projecta novamente da Terra para o Céu gerando flores que vão ser frutos, entre cânticos de alegria e gratidão. É uma ressurreição maravilhosa e triunfal, em plena beleza, como que despertando-nos e atraindo-nos para as coisas mais belas que podem e devem conduzir-nos até Ele.
Francisco Marques Rodrigues