Filosofia
O Enigma da Vida e da Morte
Ser-se vulgar é passar pela vida e pelo mundo vegetativamente, encarando as pessoas e coisas apenas pela sua utilidade, sem nelas vislumbrar ao menos sombra de beleza desinteressada. É viver a vida com indiferença pelo que se vê e pelo invisível. O homem vulgar vive – melhor dizendo: dorme – dentro de si, num sono permanente. O que há, então, fora dele, que valha a pena saber e estudar? Vamos escolher como tema do nosso diálogo, o "enigma da vida e da morte".
Em cada nascimento vem ao mundo um novo espírito?
Não! Os espíritos (ou egos, como lhes chamamos), são sempre os mesmos de vida em vida. Apenas tomam um novo corpo físico, em regra mais sensível que o anterior. Este "aperfeiçoamento" do corpo deve-se ao facto de o espírito se aperfeiçoar em cada existência terrena e, por isso, necessitar de um "instrumento" cada vez mais adequado às novas e mais importantes lições da vida que se vai seguir. E, terminadas as lições possíveis, o espírito volta ao seu estado celeste, a sua verdadeira pátria.
Existem, ou não, os chamados mistérios da vida e na morte? Quais são?
De facto, todos, velhos e novos, sãos e doentes, ricos e pobres, perguntam a si mesmos e uns aos outros: "Donde viemos? Porque viemos? Para onde iremos depois desta vida?"
Todos hão-de passar pelo mistério da morte. Por milhares de anos se tem escutado o piedoso pranto, clamando por uma solução do enigma da vida e da morte.
O fantasma da morte projecta a sua sombra sinistra por sobre todos os lares e, por isso, os seres humanos buscam uma solução para esse tétrico problema. Na realidade, estes mistérios têm explicação e podem ser investigados.
Existe, então, uma resposta lógica para tais mistérios?
Claro que sim. Mas, infelizmente, para a imensa maioria das pessoas, estas três grandes interrogações, "De onde viemos? Para que viemos? Para onde vamos?", permanecem insondáveis, hoje como ontem.
Mas para nós, rosacrucianos, são investigados e explicados, sendo mesmo parte dos nossos estudos.
Podem estas três perguntas ser cabalmente respondidas?
Desafortunadamente generalizou-se entre a maioria das pessoas, a opinião de que nada se pode conhecer acerca deste assunto, que tanta importância tem para toda a humanidade.
Não obstante, nada mais erróneo nem mais falso do que essa peregrina ideia. Nós damos explicações completas e satisfatórias a estas perguntas nos cursos que ministramos, gratuitamente, aos estudantes da nossa instituição.
Quais são as pessoas que podem decifrar esse grande mistério?
Qualquer pessoa. Todos que disponham de boas qualidades de inteligência podem chegar a capacitar-se para obter conhecimento directo e informação definida sobre este assunto.
Todos podem investigar pessoalmente a vida do espírito, antes do nascimento e depois da morte. Basta querer.
Para esse fim são necessários conhecimentos ou dons especiais?
Não. Cada um de nós conta com faculdades apropriadas para conhecer tudo acerca desses mistérios; mas – há sempre um "mas": estas faculdades estão latentes em todos os seres humanos; em alguns encontram-se já despertas, mas noutros têm de ser despertadas, mediante o estudo e alguns exercícios adequados. E esse trabalho pode demorar algum tempo. O certo é que nenhum esforço se perde.
E porque estão latentes em alguns e não em todos?
É necessário um esforço persistente para as despertar, e isso parece provocar o desânimo que leva muitos ao abandono desse esforço. Poucos são os que verdadeiramente estão dispostos a viver a vida como convém para despertá-las. Esse despertar chega somente por meio do paciente e constante esforço. Não pode ser comprado, nem há comboio expresso que o permita alcançar.
De que necessitamos, primeiramente, para esse fim?
O principal e o mais importante de que necessitamos para tal fim é possuir um desejo tenaz e uma sede ardente de conhecimento; um zelo que não se detenha ante nenhum obstáculo para conseguir chegar a ter este conhecimento. Sem embargo, o supremo motivo de buscar este conhecimento oculto, deve ser um desejo sincero de servir a humanidade. Não pensar em si mesmo para nada, para que possa dedicar-se aos seus semelhantes.
Porque deve ser este o motivo principal?
Porque, se não for essa a razão que nos move, o conhecimento do oculto é perigoso. Sem este desinteresse, qualquer intento para empreender marcha pela árdua senda do ocultismo, será uma empresa arriscada.
[ Revistas | Índice | Anterior | Seguinte ]