Mensagem de Reflexão para o mês de Setembro

 

Não há recompensas nem castigos: o que há são consequências

Natal e Ano Novo

 

Das copas das árvores desprendem-se agora, silenciosamente, as folhas amarelecidas e secas que vão cobrindo o solo.

É um espectáculo impressionante para o místico, que o leva a meditar sobre o fluxo e refluxo da vida e da morte.

Afinal, tudo que na face da Terra vive tem de morrer e renascer!

 
A vida é um mistério que a ciência materialista nunca pôde explicar suficientemente por não caber no âmbito acanhado da sua acção. É assunto que pertence inteiramente a um plano mais elevado, de que a ciência, absurda e teimosamente, se afasta. As suas teorias interessam ao cérebro – mas deixam vazio o coração.

A vida e a morte são apenas mutações de cena, e o mesmo se dá no reino animal e no vegetal. Sempre a vida a perseguir a morte! Sempre a morte a perseguir a vida!

No domínio dos vegetais encontramos plantas que suportam esplendidamente as quatro estações, e outras que não suportam o frio!

No entanto, o frio que atinge as plantas em geral é o mesmo! E muitas até florescem e frutificam durante as épocas frígidas, o que sem dúvida nos mostra que as plantas possuem também as suas linhas de evolução. As mais evoluídas, sendo as mais resistentes, mantêm perenemente a sua folhagem; as de folha caduca são as mais atrasadas e, por isso mesmo, necessitam de períodos alternados de actividade e de repouso. E isto nos mostra como entre os vários planos da Natureza há grandes semelhanças e como ali também a vida e a morte se sucede no nosso ritmo. E nós, humanos, os mais avançados na escala evolutiva, necessitamos, em absoluto, dos reinos inferiores ao nosso, donde se conclui que temos com eles íntima ligação.

O trigo e o milho, de que recolhemos os grãos para fabricar o pão que nos alimenta, logo que amadurecem os seus frutos, depois de haverem concentrado nos seus grãos toda a vida que tinham, desfalecem e morrem. E nós, ao terminar a nossa missão na Terra, abandonamos o corpo. Retiramos seguidamente dele toda a vitalidade e voltamos de novo ao mundo espiritual, a nossa verdadeira pátria, donde viemos. Estamos, como as plantas de folha caduca, num período de repouso. E, durante a vida, temos necessidade absoluta de descansar ao fim de cada dia, para nos refazermos de energias. O mesmo sucede no reino vegetal e no animal: depois de um ciclo de vida, repouso. Por isso as plantas recolhem nas suas sementes tudo quanto são, na forma, na cor das suas folhas e das suas flores, no fruto e no perfume. E nós, ao entrar nesses períodos de grande repouso que se chama morte, também reunimos, durante cerca de três dias e meio, numa partícula que há nos nossos corações, a memória de tudo quanto fizemos durante a vida. Assim fica garantida a nossa semente, a colheita de todas as nossas experiências, para nortear a vida seguinte, o novo renascimento. Mas, para que isto se faça com precisão, é necessário deixar a pessoa que morre no mais absoluto silêncio.

Quando a vida volta a despertar no seio da Natureza, vem com grande ímpeto. E então muitos seres humanos, que durante o Inverno caíram em grave debilidade, não suportam a pletórica onda de vida que regressa e morrem. Outros deixam a vida quando a onda vital se afasta, a seiva recolhe aos troncos, e as folhas começam a cair.

A vida vem daquele Alto Ser espiritual que mora no Sol e de lá conduz toda a nossa evolução, dando-nos a saúde e a alegria, impulsionando assim o nosso avanço espiritual para mais elevados fins. Por isso nas religiões antigas se adorava o Espírito do Sol, esse Grande Ser que chamamos Cristo Cósmico. Fizeram-se imagens do Sol que chegam até aos nossos dias. Por exemplo, através da Igreja Católica: na Custódia, onde se expõe à veneração e adoração o Santíssimo; na Patena, que tapa o cálix e serve para depositar o pão consagrado; na Hóstia e até na tonsura que os clérigos ostentavam no alto da cabeça!

Na medida em que a Terra se aproxima do Sol, e os dias vão minguando, os raios solares vêm sobre nós mais obliquamente e, por isso, não nos trazem tanta vida física. Daí o frio, que faz recolher aos troncos das árvores a seiva – e o sangue ao interior dos nossos corpos. Por isso caiem as folhas das árvores e outros vegetais menos evoluídos; e nós, que não temos tanta vitalidade, estamos muito mais propensos para as coisas do espírito, somos muito mais inclinados ao perdão, voltamo-nos muito mais para o lado espiritual. Por esta mesma razão é que durante o Inverno estamos muito mais aptos para as actividades do espírito, e no Verão para as do corpo. E isto é assim porque, no Verão, a Terra afasta-se do Sol e os seus raios vêm mais perpendicularmente sobre nós. Por tal motivo são muito mais poderosos para vitalizar e fecundar fisicamente. Porém, a partir da entrada do Sol no signo do Capricórnio, a 22 de Dezembro, a onda de vida começa a crescer novamente para a face norte da Terra: na Primavera já se nota a sua impetuosidade. Tudo se prepara para a reprodução. Por isso há flores e alegres gorjeios por toda a parte, a vida reproduz-se. Ao entrar o Sol no signo do Caranguejo, a Terra deixa de se afastar do Sol, que se encontra no ponto mais alto do céu, e dá-nos todo o seu poder material, físico. Mas logo a Terra, na sua gravitação cíclica, começa o seu movimento de aproximação ao Astro-Rei do nosso sistema solar, e vem o Outono, que novamente nos fala do afastamento da onda crística vitalizadora. Desta maneira, o que realmente “nasce” não é Jesus, mas a onda crística, que vem dar à Terra um novo impulso vitalizador.

Nestas condições, Natal e Novo Ano são meramente fenómenos de ordem cósmica, que sempre se repetem para bem da humanidade e de todos os outros seres e plantas que vivem na face norte da Terra. Daí também a tendência que temos para festejar com alegria este facto, que para nós assinala o começo de um novo ano.

A festa o Natal já se fazia com entusiasmo muitos anos antes do nascimento de Jesus, que não foi a 25 de Dezembro, mas no mês de Nisan, portanto entre Março e Abril.

Mas, dada a íntima relação existente entre Jesus e o Cristo Cósmico, os cristãos dedicam, e muito bem, esta festa do Natal a Jesus.

Esta época do ano é, para os povos do hemisfério norte, aquela em que estamos mais perto do Sol, o “assento” físico do Cristo Cósmico. Por esse motivo são mais intensas as vibrações espirituais, o que aviva as forças das nossas almas, tornando-nos muito mais sensíveis e inclinado aos sentimentos fraternais.

 

Francisco Marques Rodrigues

 

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