A Fraternidade Rosacruz
No final do século XIX a humanidade apresentava um notável avanço na senda da evolução, pelo que os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz (celeste) resolveram abrir as portas dos seus templos de sabedoria ao maior número possível de estudantes da sua filosofia. Porém, os dirigentes da Ordem Rosacruz (terrena) fieis ao princípio estabelecido no Estatuto da Ordem, não acediam às instruções vindas dos seus monitores divinos. Então, para vencerem a cristalização dos princípios estabelecidos desde a mais alta antiguidade, os Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz (celeste), resolveram criar uma nova organização, aberta a todas as pessoas que sinceramente desejassem receber os seus ensinamentos. Eles ficariam guardando a pureza da doutrina, que só é comunicada quando se reconhece o mérito necessário.
Depois e várias diligências de carácter iniciático foi escolhido Max Heindel, para fundar a nova organização. E foram-lhe conferidos os necessários meios para essa finalidade. E, deste modo, nasceu a Fraternidade Rosacruz, em inglês The Rosicrucian Fellowship, restaurando-se a antiga denominação que havia sido adoptada no século XIII, mas liberta de todos os preconceitos antigos, só interessada em actualizar o método Rosacruz, tornando-o actual, progressivo, de modo a mantê-lo sempre actualizado através dos tempos vindouros, completamente despido de arcaísmos inúteis, pertencentes ao passado.
Foi no decurso do ano de 1909 que Max Heindel, inspirado pelos Irmãos Maiores da Ordem Rosacruz (celeste), deixou a Sociedade Teosófica da América do Norte (onde era vice-presidente de um Ramo) e começou a fazer conferências. Publicou o primeiro livro sobre filosofia Rosacruz, o Conceito Rosacruz do Cosmo, que lhe foi inspirado pelos Irmãos Maiores e fundou The Rosicrucian Fellowship - Fraternidade Rosacruz, que ficou estabelecida no monte sobranceiro à cidade de Oceanside, debruçada sobre o Oceano Pacífico. A este monte, coroado pelo templo de doze faces, foi dado o nome de Monte da Igreja.
Daqui irradiou Max Heindel a sua fecunda e salutar filosofia Rosacruz, que havia de levar a quantos a recebem com sinceridade e pureza de intenções a mais íntima satisfação.
A Fraternidade Rosacruz tem os seus ramos estendidos por todo o mundo e admite no seu seio, gratuita e amorosamente, todos os que solicitam a sua admissão ao estudo das suas disciplinas. Quem entra nesta respeitável organização não fica com encargos de quotas, nem de jóias, nem outros que envolvam dinheiro. Tudo, aqui, se faz gratuitamente, em obediência ao preceito: "dái de graça o que de graça recebeste". Todas as suas despesas são custeadas com as dádivas voluntárias dos seus membros, que o possam e queiram fazer, e pelas daquelas pessoas que, não sendo membros, simpatizam com a Grande Obra e dela recebem, também, calor e protecção.
Tudo quanto é Rosacruz não suporta o negócio nem o dinheiro! Também não se praticam aqui actos que possam induzir os seus membros em erro ou a caírem nos tenebrosos meandros do ocultismo prático. O que procuram os rosacrucianos é emancipar os seus membros de superstições e crendices, que só inferiorizam e enfraquecem. E, por isso, tudo fazem no sentido de ajudar o desenvolvimento harmonioso do ser humano.
Francisco Marques Rodrigues
in Revista Rosacruz, nº 268, Abril-Junho, 1978)